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4 de jul. de 2010

Uma tarde diferente...

Estou aqui deitada na minha cama e pensando que amanhã vai ser o grande dia, da minha vida. Por isso, lembrei do que passei na tarde do dia de hoje .... São tantas coisas para estudar, que nem sei por onde começar... Mas também, fui inventar de passar e pegar logo essa disciplina, de Cálculo três, na universidade. E o pior, foi que meu sofrimento começou, quando inventei de fazer e ainda passei, no vestibular para cursar Engenharia Mecânica. Questiono-me o porquê de não ter feito humanas ou algum curso mais fácil. Será que estava no meu juízo perfeito? Ou me droguei e troquei de lugar com meu irmão na hora do vestibular? Pense aí numa dúvida cruel... O drama maior é saber se a integral é por partes ou se é a trigonométrica. Acho, que nessa altura do campeonato, com quase uma página inteira do meu caderno, desse maldito cálculo, que nem sei mais quando vai terminar, que não tenho certeza alguma do que estou escrevendo. Meu Deus, quase esqueço de fazer a prova dessa conta, para ver se ela está realmente certa. E se não estiver? Lá vou ter de refazê-la novamente... Como sei que se ficasse em casa, não teria concentração suficiente, melhor dizendo, nenhuma, e como também não tive aula nesta tarde, resolvi ir à universidade, para a biblioteca, estudar. E aqui estou eu, sentada na cadeira, com meu caderno aberto, a minha calculadora científica ligada, para fazer essas contas chatas. O detalhe: estou pronta para meter a minha cabeça na mesa, na busca pelo que restou do meu juízo, se ele ainda existe. Tem tanto número aqui, que estou me perguntando se um mais um é igual a dois e se vou ter que provar isso também. Antes de fazer isso, ameaço cair no choro e abaixo o meu rosto, colocando-o como se eu fosse uma criança triste, entre os braços. Quando, enfim sinto que as lágrimas vão começar a cair, escuto uma voz parecida com a do nerd da minha sala, que me pergunta se eu estou bem. O mais estranho, é que levanto a cabeça e começo a sorrir para uma pessoa que nem fala direito comigo na sala de aula. E, como se nada estivesse acontecendo nesta tarde fatídica respondo para ele: “Estou bem, obrigada, apenas cansada.”. Nossa, eu deveria ganhar um oscar por melhor atriz de drama ou alguma coisa parecida. Mas, não tenho consciência nenhuma da carreira que escolhi para minha vida. Era isso mesmo que eu queria? Para minha sorte ou meu azar, não sei dizer exatamente, ele se afasta e se dirige a seção mais temida da biblioteca, um lugar onde se encontram os piores autores para estudos no curso de engenharia. O chocante foi ver o maluco sair de lá, rindo e em suas mãos três livros de cálculo; enquanto que eu estou aqui sofrendo com apenas um autor, ele me aparece feliz e com três? Agora, me pergunto se ele é assim na real ou está como eu, louco para chorar? Como dizia Shakespeare: “Ser ou não ser, eis a questão”. O duro nem foi isso, fora estar perdida e no meio de tantas contas, ainda fico lembrando do que aquela professora aloprada falou em sua última aula, antes da prova, “Olhem aqui, vocês estão pensando que essa disciplina não reprova, não é? Ela reprova sim e eu não estou de brincadeira. Com o pessoal da turma de Geometria Analítica, foi assim e mesmo assim muitos perderam.” Só de recordar este discurso, profetizado por ela e encontrar pessoas que confirmaram isso para mim, comecei a suar frio e a rezar. E nas minhas orações, eu pedia a Deus e ao meu incosequente anjo da guarda, que me deixou fazer exatas, para abrir esses tortuosos caminhos e me trazer a paz mental que tanto necessito. Quando julgo ter conseguido me alcamar, volto a resolver as questões. Nem a vejo entrar na biblioteca, só sinto um tapa no meu ombro e mesmo assim, nem dei tanta importância, pois, pensei que fosse aquele xarope de computação, que vive me paquerando. Levantei a mão, mas permaneci concentrada naquele martírio. Agora, escuto aquela voz dizendo, “Gosto de ver meus alunos assim, bebendo de outras fontes. Porque se ficar só no arroz com feijão na minha disciplina, não vai para frente não.”. Parei, refleti, pisquei os olhos e direcionei a minha cabeça para onde vinha aquela voz, na tentativa de compreender aquilo que acabara de ouvir e me perguntando o porquê de eu não ter um fuzil AK-47 naquele instante... E ao perceber que quem falava aquilo, era a temida professora, aquela de cálculo três, rindo e brincando com o ‘super-homem dos cálculos’, como se não existisse mais ninguém ali, arregalei meus olhos, de tal forma, que era para ter a certeza daquilo que eu estava vendo e chorei copiosamente. O detalhe foi que ninguém percebeu. As pessoas da biblioteca notaram apenas a minha cara de assustada e amedrontada. Para complicar ainda mais a minha vida, a doida ainda vem, novamente, até mim e pergunta, ironicamente, “Posso saber sobre o que você tanto estuda?”. Primeiro olho para ela e penso no que dizer, fico numa vontade louca de perguntar se é algum tipo de brincadeira ou pegadinha, se a mesma é lesa ou idiota, entretanto, como desejo ansiosamente passar nesta matéria, mostro apenas o meu caderno. A desgraçada ainda sorri e emenda “Que menina mais aplicada.”. Pura falsidade e dissimulação. Nesse exato momento tive a certeza que o jogo era game over para mim. Ao perceber que já anoitecia e que os acontecimentos vividos por mim, nesta tarde diferente de toda a minha vida, já estavam se passando e notar que consegui terminar de fazer a porcaria do cálculo e da prova dessa mesma conta pela terceira vez, resolvi ir para minha casa, descansar um pouco, para depois voltar a estudar. Sinto que beijei a lona por hoje. Antes, ainda dentro da universidade, andei pelos corredores com a cabeça longe, porém, com os olhos abertos. Queria ter a certeza de estar andando sozinha, para ter liberdade para chorar. Não desejo o que passei nem para aquela garota chata, que se acha o máximo, só porque participa de um projeto coordenado pela mesma professora. Como se a Madonna aqui não fosse capaz. Ah vá! Durante o caminho até em casa, com a cabeça mais fresca, descubro que o monstro do medo não está dentro de mim. Acredito na minha capacidade, mesmo que a duras penas. Mas, o monstro fora criado dentro e durante as aulas da temida professora de cálculo três. Pense aí numa ‘lobo-mau’, na intenção de manter a sua fama de ser a melhor de todos. Agradeço a Deus por tudo e ainda bem que meu sono chegou, afinal, preciso desocupar a minha cabeça, pois já são quase três da manhã e meu sofrimento vai começar daqui a seis horas... Por isso, preciso dormir como uma criança, tranquilamente, ou pelo menos tentar. Já que penso nas curvas da integral de uma equação trigonométrica e no limite da mesma... Ai que sono, acredito que vou fazer valer o ditado: “amanhã será outro dia’’. Afinal, sou brasileira e não desisto nunca.                                                                Por Emaísa Lima

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